A sexta-feira foi de direções opostas entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto o Ibovespa caiu 0,10%, aos 136.102,10 pontos, em Nova York os índices reagiram positivamente ao payroll de maio.
No acumulado da semana, o índice brasileiro recuou 0,67%, pressionado por incertezas fiscais e pela expectativa em torno de medidas alternativas ao aumento do IOF.
Em Wall Street, o S&P 500 superou os 6.000 pontos pela primeira vez desde fevereiro, puxado por alívio com os dados de emprego nos Estados Unidos.
O Dow Jones avançou 1,05% na sessão e 1,17% na semana, enquanto o Nasdaq subiu 1,20% no dia e acumulou alta de 2,18% nos últimos cinco pregões. O S&P 500 fechou com ganho de 1,31% nesta sexta e 1,50% na semana.
Na B3, o volume financeiro somou R$ 24,4 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$ 17,8 bilhões, refletindo um dia de maior movimentação diante do fluxo estrangeiro e da agenda fiscal.
Ibovespa: queda modesta com cautela fiscal e NY em disparada
O Ibovespa recuou 0,10%, aos 136.102,10 pontos, oscilando durante o pregão em meio à cautela com o cenário local e à espera de anúncios do governo no fim de semana.
O mercado reduziu as perdas na reta final após rumores de que o presidente da Câmara, Hugo Motta, fará um “discurso histórico” neste sábado sobre o novo pacote fiscal.
Entre os destaques negativos, as ações ON da Embraer (EMBR3) caíram 3,28%, Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,38% e Lojas Renner (LREN3) perdeu 4,67%. Magazine Luiza (MGLU3) cedeu 5,57% e Vamos (VAMO3) caiu 5,23%.
Na ponta oposta, PRIO (PRIO3) subiu 3,56%, JBS (JBSS3) avançou 1,93% em seu último pregão na B3, e Brava (BRAV3) fechou com alta de 1,66%.
Juros futuros fecham em queda com ruído fiscal e payroll no radar
A curva de juros terminou o dia com inclinação negativa, revertendo a alta registrada ao longo da sessão.
Os vértices longos recuaram até 8,0 pontos-base, em movimento atribuído à expectativa de solução para o impasse do IOF e à leitura mais equilibrada do payroll nos EUA.
No leilão do Tesouro Nacional, foram absorvidos 16,45 milhões de LTNs e o lote total de 2 milhões de NTN-Fs.
Wall Street fecha em alta com payroll acima do esperado e S&P supera os 6.000 pontos
Os índices de Nova York encerraram a sexta-feira em forte alta, embalados pela criação de 139 mil vagas em maio nos EUA, acima das projeções de 125 mil, e manutenção da taxa de desemprego em 4,2%.
O resultado ajudou a dissipar temores de desaceleração econômica e reduziu apostas em cortes iminentes pelo Fed.
- Dow Jones: +1,05% (42.762,87 pontos)
- S&P 500: +1,31% (6.000,36 pontos)
- Nasdaq: +1,20% (19.529,95 pontos)
Tesla (TSLA) subiu 3,82% após sinais de arrefecimento nas tensões com o governo americano. Microsoft teve alta de 0,6% e manteve a liderança em valor de mercado, com US$ 3,476 trilhões. Já a Broadcom caiu 5% após forte rali pré-balanço.
Setorialmente, companhias aéreas lideraram os ganhos. A United Airlines (+4,83%) e a American Airlines (+4,53%). Ações ligadas à inteligência artificial também se destacaram, como Nvidia, Palantir e Micron.
Câmbio e juros: dólar recua no Brasil, mas sobe no exterior com payroll
O dólar à vista caiu 0,33% e fechou cotado a R$ 5,594, registrando a menor cotação desde outubro de 2024. A valorização do real foi sustentada por fluxo comercial e expectativas sobre medidas fiscais em discussão no Congresso.
No exterior, o índice DXY avançou 0,45%, a 99,190 pontos, impulsionado pelo payroll. O euro recuou para US$ 1,1401 e a libra caiu para US$ 1,3529.
Os juros dos Treasuries subiram de forma generalizada nesta sexta-feira, com o rendimento da T-note de 2 anos em 4,038%, o da T-note de 10 anos em 4,505% e o do T-Bond de 30 anos alcançando 4,963%.
Commodities: petróleo avança e minério mantém recuperação
O petróleo Brent para agosto subiu 1,78%, encerrando a US$ 66,50 por barril, com apoio das sinalizações de retomada das negociações comerciais entre EUA e China.
O minério de ferro avançou 0,86% na bolsa de Dalian, mantendo a trajetória de recuperação em meio à demanda resiliente e menor pressão de estoques.
Fechamento de Mercado | 06-06 | Payroll nos EUA impulsiona NY, enquanto cautela fiscal limita Ibovespa
Enquanto Wall Street foi impulsionada por dados de emprego mais fortes que o esperado, o Ibovespa andou na contramão, travado pela incerteza em torno do novo pacote fiscal e pelas discussões sobre o IOF.
No radar do fim de semana estão o pronunciamento de Hugo Motta neste sábado e a reunião de Fernando Haddad com líderes do Congresso no domingo, que devem apresentar medidas alternativas às propostas de reoneração discutidas anteriormente.