O Ibovespa subiu 0,56% nesta terça-feira, encerrando aos 137.546,26 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro quedas consecutivas, em dia de alívio nos mercados globais e avanços em Brasília.
A sessão foi marcada por melhora no humor com a proposta de um pacote fiscal alternativo ao aumento do IOF e pela recuperação em Wall Street, que teve novo impulso após dados positivos do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
O volume financeiro na B3 somou R$ 21,6 bilhões, levemente acima da média dos últimos 50 pregões (R$ 17,8 bilhões), em sessão de apetite mais seletivo.
A produção industrial abaixo do esperado ainda pesou sobre as apostas para a Selic, enquanto declarações recentes do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mantiveram os vértices curtos da curva de juros sob pressão.
No câmbio, a sinalização de entendimento entre Executivo e Congresso e a melhora no exterior contribuíram para queda do dólar, que chegou a inverter a tendência do início do dia.
Ibovespa sobe com ajuda de bancos, varejo e expectativa por medidas fiscais
O Ibovespa subiu 0,56% nesta terça-feira, aos 137.546,26 pontos, revertendo a queda da abertura com apoio de ações ligadas ao consumo doméstico e instituições financeiras.
Entre as maiores contribuidoras do dia estiveram as ações ON da B3 (B3SA3), que subiram 3,43%, Bradesco PN (BBDC4) +1,70% e BTG Pactual Units (BPAC11) +2,04%.
Magazine Luiza (MGLU3) teve alta de 7,44%, após o UBS-BB elevar seu preço-alvo e o Itaú BBA melhorar a recomendação das ações do Bradesco. Cosan (CSAN3) subiu 6,09%, e Natura (NTCO3) avançou 5,18%.
Na ponta negativa, destaque para JBS (JBSS3) -3,38%, Rede D’Or (RDOR3) -3,04% e Minerva (BEEF3) -1,56%.
Juros futuros oscilam com falas de Galípolo e leilão do Tesouro
No mercado de juros, os vértices curtos da curva encerraram em alta de até 7,5 pontos-base, refletindo as declarações “hawkish” de Galípolo na véspera, que mencionou uma atividade “surpreendentemente resiliente” e indicou que o debate sobre a Selic terminal ainda está em aberto.
Na parte longa da curva, houve queda de até 2,0 pontos-base. No leilão do Tesouro Nacional, foram colocadas integralmente as 2 milhões de NTN-Bs ofertadas e 895.100 das 900 mil LFTs.
Wall Street fecha em alta com vagas nos EUA e otimismo comercial
Em Nova York, os três principais índices avançaram, renovando máximas em mais de três meses.
A recuperação inesperada nas vagas de emprego em abril animou os investidores, mesmo com incertezas sobre a política tarifária dos EUA e China.
- Dow Jones: +0,50% (42.519,64 pontos)
- S&P 500: +0,58% (5.970,37 pontos)
- Nasdaq: +0,81% (19.398,96 pontos)
O relatório JOLTS mostrou 7,391 milhões de vagas abertas em abril, acima da expectativa de 7,100 milhões, indicando que o mercado de trabalho continua robusto.
Investidores também monitoraram os desdobramentos das tensões comerciais, com Donald Trump pressionando por acordos antes do fim da pausa tarifária vigente.
Entre os setores, destaque para serviços petrolíferos (+4,2%), semicondutores (+2,7%) e tecnologia, que puxaram o Nasdaq. Bancos e imobiliárias também subiram.
Commodities: petróleo avança com tensão geopolítica, minério recua após feriado
O petróleo Brent subiu 1,44% nesta terça-feira, fechando a US$ 65,56 por barril, no segundo pregão seguido de ganhos.
A commodity foi impulsionada por disrupções na oferta canadense, causadas por incêndios florestais, e pelo aumento das tensões entre EUA, Irã, Rússia e Iêmen.
Já o minério de ferro caiu 1,14% na bolsa de Dalian, após o retorno do feriado.
O sentimento do mercado foi afetado pelos dados mais fracos do setor imobiliário na China e pela queda do PMI Industrial Caixin para 48,3, indicando contração da atividade industrial.
Câmbio e juros: dólar recua com cenário fiscal e exterior, mas DXY sobe
O dólar futuro para julho caiu 0,74%, cotado a R$ 5,671, enquanto o dólar à vista recuou 0,70%, fechando em R$ 5,64.
A melhora no ambiente político e fiscal local, somada ao bom humor externo, sustentou a valorização do real frente à maioria das moedas.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de divisas, subiu 0,57%, aos 99,2 pontos, refletindo a firmeza dos dados dos EUA e as falas do Fed que mantiveram os rendimentos dos Treasuries pressionados.
Nos Estados Unidos, a T-note de 10 anos encerrou a 4,460%, praticamente estável, após oscilar durante o dia entre 4,406% e 4,47%.
Fechamento de Mercado | 03-06 | Alívio fiscal e dados nos EUA sustentam recuperação do Ibovespa
O Ibovespa voltou ao campo positivo após quatro sessões de baixa, embalado pela recuperação das bolsas em Nova York, expectativas de entendimento político sobre o IOF e revisão de recomendações em empresas-chave.
No radar para os próximos dias estão os dados de emprego nos EUA, desdobramentos do pacote fiscal alternativo no Brasil e os efeitos da intensificação das tensões geopolíticas sobre petróleo, câmbio e juros.