A sexta-feira começa com os mercados atentos ao eixo comercial entre Estados Unidos e China, ao IPCA no Brasil e às últimas falas do Federal Reserve, em um ambiente que ainda digere os balanços de grandes empresas e revisa apostas sobre os próximos passos da política monetária.
No exterior, o foco gira em torno da possível redução das tarifas americanas sobre importações chinesas, hoje fixadas em 145%.
Fontes do governo Trump indicam que o corte pode levar essa alíquota para uma faixa entre 50% e 54%, com anúncio possível já na próxima semana.
A sinalização vem após o acordo comercial fechado ontem entre EUA e Reino Unido, e antecede uma rodada de negociações entre autoridades americanas e chinesas marcada para este fim de semana na Suíça.
Com isso, os futuros em Nova York operam mistos, enquanto o dólar global perde força e o petróleo avança.
O ouro também sobe, com investidores reavaliando riscos geopolíticos e os sinais cruzados do Federal Reserve, que ontem teve uma série de discursos mantendo a porta aberta para ajustes, mas reforçando a dependência dos dados.
Brasil: inflação abaixo do esperado e reação positiva nos ativos
O destaque local é o IPCA de abril, que subiu 0,38%, abaixo do consenso de mercado.
Em 12 meses, o índice desacelerou para 3,65%, reforçando a leitura de que a inflação segue sob controle, mesmo com a pressão dos alimentos.
Na quinta-feira, o Ibovespa subiu 2,12%, aos 136.231 pontos, com forte impulso de Bradesco e Azza após balanços.
O índice chegou a renovar máxima histórica intradiária em 137.634 pontos, no maior avanço diário desde 9 de abril.
O dólar caiu 1,47%, para R$ 5,66, com volume robusto de negócios e fluxo positivo para emergentes.
No pano de fundo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ter garantido o cumprimento da meta fiscal pelo segundo ano consecutivo, durante reunião preparatória para a próxima revisão da nota de crédito do Brasil.
O movimento acontece às vésperas de decisões que podem afetar o rating do país.
Commodities: petróleo e minério em direções opostas
O petróleo Brent opera em alta de 1,24%, a US$ 63,62, enquanto o WTI sobe 1,32%, cotado a US$ 60,70.
O movimento reflete expectativas de retomada na demanda asiática, mesmo em meio às incertezas tarifárias.
Já o minério de ferro recuou 0,57% na bolsa de Dalian, a US$ 96,33 por tonelada, pressionado por ajustes em estoques chineses e realização de lucros após três altas seguidas.
Radar do dia: falas do Fed, China e fechamento da semana
Ao longo do dia, os mercados devem monitorar a agenda carregada de falas de dirigentes do Fed, que podem calibrar as curvas de juros e o apetite por risco.
Do outro lado do mundo, os preparativos para as negociações EUA-China seguem no foco, especialmente após o salto de 8,1% nas exportações chinesas em abril.
No Brasil, o mercado repercute os resultados de empresas como Itaú e B3, além de balanços pós-fechamento como o da Braskem.
Abertura de Mercado | 09-05 | Tarifas em foco, IPCA abaixo do previsto e alívio nos ativos
Com a inflação surpreendendo para baixo e sinais de distensão no comércio global, o dia começa com viés positivo e expectativa por desdobramentos técnicos nos ativos.
A leitura dos discursos do Fed e o clima das negociações entre EUA e China devem ditar o ritmo nas últimas horas da semana.