A semana começa com os mercados globais sob pressão, à medida que as tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltam a escalar, e investidores monitoram o discurso de Jerome Powell previsto para esta tarde.
No Brasil, o PIB acima do esperado no 1º trimestre contrasta com o rebaixamento da perspectiva de crédito pela Moody’s e o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento.
O dólar avança, o petróleo sobe com a decisão da Opep+ e o Ibovespa fecha o mês no campo positivo, mesmo após recuo na sexta-feira.
No noticiário corporativo, ações da Gol disparam com aprovação do plano de saída do Chapter 11, enquanto os Correios enfrentam prejuízo histórico e suspensão de operações aéreas.
Brasil: PIB surpreende, Moody’s rebaixa perspectiva e governo bloqueia R$ 31,3 bi
O PIB brasileiro cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025, impulsionado por forte desempenho da agropecuária (+12,2%), superando projeções.
Em relação ao mesmo período de 2024, a alta foi de 2,9%. Serviços avançaram 0,3%, enquanto a indústria recuou 0,1%. No acumulado em 12 meses, a economia cresceu 3,5%.
Apesar do resultado, a Moody’s revisou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “positiva” para “estável”, mantendo o rating em Ba1.
A decisão foi atribuída à deterioração fiscal e à menor capacidade de pagamento da dívida, com o déficit nominal do setor público atingindo R$ 934,4 bilhões nos últimos 12 meses.
O governo confirmou o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, sendo R$ 7 bilhões em emendas e R$ 24 bilhões nos ministérios.
O impacto será detalhado até sexta-feira (06). A medida visa conter o avanço das despesas diante de um déficit previsto de R$ 72,7 bilhões.
A Aneel acionou a bandeira vermelha patamar 1 para a conta de luz, com cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh, elevando o impacto da energia na inflação. A medida sucede a bandeira amarela de maio e pode elevar a fatura em até 8%.
Exterior: tensões comerciais crescem, Powell no radar e petróleo dispara
No cenário internacional, os mercados operam em modo de cautela após Donald Trump anunciar que dobrará as tarifas sobre importações de aço e alumínio para 50% a partir de 4 de junho.
A medida reacende os atritos com a China, que rebateu as acusações de violação do acordo de Genebra e ameaçou retaliar.
Os índices futuros em Wall Street recuam, enquanto investidores aguardam a fala de Jerome Powell às 14h, em evento do 75º aniversário da Divisão de Finanças Internacionais do Fed. Também participam os presidentes regionais Austan Goolsbee (Chicago) e Lorie Logan (Dallas).
Na Europa, os mercados operam no vermelho, com destaque para a pressão no setor industrial. Na Ásia, o Nikkei caiu 1,30%, o Taiex recuou 1,61% e o Hang Seng perdeu 0,57%. A China continental permaneceu fechada por feriado.
Commodities e ativos: petróleo avança, ouro sobe e minério sem referência
O petróleo opera em alta expressiva após a Opep+ confirmar o aumento da produção em 411 mil barris/dia a partir de julho. O WTI sobe 3,32%, a US$ 62,81, enquanto o Brent avança 2,93%, a US$ 64,62.
O ouro é negociado a US$ 3.346,84 a onça-troy (+1,09%), enquanto o bitcoin registra leve alta de 0,49%, cotado a US$ 105.625,14.
O mercado de minério de ferro não operou em Dalian devido a feriado na China.
Último pregão: Ibovespa cai 1,09%, dólar avança e Gol dispara
Na sexta-feira (30), o Ibovespa caiu 1,09%, fechando aos 137.026 pontos. No mês de maio, o índice acumulou alta de 1,45%.
Entre as maiores baixas do dia 30/05 estiveram BRKM5 (–5,90%), GOAU4 (–4,35%) e KLBN11 (–4,29%). A CSNA3 caiu 3,85%, enquanto AZUL4 recuou 6,25%.
Na ponta positiva, destaque para VAMO3 (+4,63%), AZZA3 (+3,71%) e YDUQ3 (+3,26%). COGN3 subiu 2,77% e VIVT3 avançou 2,14%.
O dólar comercial subiu 0,93%, encerrando o dia cotado a R$ 5,7195. O euro foi negociado a R$ 6,4930 (+0,82%). O IFIX fechou em alta de 0,46%, aos 3.461,93 pontos.
As ações da Gol (GOLL4) dispararam 13,07% após aprovação do plano de saída do Chapter 11, com capitalização de até R$ 19,24 bilhões.
Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,13% no dia, aos 42.270,07 pontos, e acumulou alta de 3,94% em maio. O S&P 500 recuou 0,01%, aos 5.911,69 pontos, mas avançou 6,15% no mês. Já o Nasdaq caiu 0,32% na sessão, aos 19.113,77 pontos, e fechou maio com valorização de 9,56%.
Abertura de Mercado | 02-06 | PIB surpreende, tarifas dobram e Gol dispara
A segunda-feira começa com investidores atentos à escalada comercial entre EUA e China, ao impacto do bloqueio orçamentário no Brasil e à intensa agenda de discursos nos EUA.
O bom desempenho do PIB doméstico contrasta com a piora da percepção de risco e pressiona os ativos locais no início do mês.